Semana de Museus: Pioneirismo na história não contada de Teresópolis e belos roteiros alternativos

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Pioneirismo na história não contada de Teresópolis e belos roteiros alternativos

Participação da cidade na Semana de Museus, na Casa da Memória, tem exposição, palestra, “causos” e personagens como o primeiro prefeito negro do país

Com projeto de montagem do artista plástico Ricardo Guarilha, também autor dos textos em português e inglês (o espanhol ficou a cargo da escritora Neli Pampillon), e pesquisa de Regina Rebello e Romildo Pires, a exposição “O Indizível” inaugurou a participação de Teresópolis na 15ª Semana Nacional de Museus, que ocorre em mais de mil cidades do Brasil até 21 de maio (aqui acaba dia 20). A Semana é uma temporada cultural promovida pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) em comemoração ao Dia Internacional de Museus (18 de maio).

A exposição, que ficará cerca de dois meses na Casa da Memória Arthur Dalmasso (Praça Balthasar da Silveira, 91, Centro,), traz à tona o lado “oprimido” da história do Município, como a do primeiro prefeito negro do Brasil, Nestor Augusto Pinto, nascido na cidade próxima de Paraíba do Sul, em 9 de abril de 1892. Engenheiro, casado com Felizminda Teixeira Pinto – chamada carinhosamente de Dona Mindoca –, em 1924 veio a Teresópolis como topógrafo do Estado, realizando várias obras de melhorias municipais.

Em 1929, lançado como candidato a Prefeito pelo Dr. Olegário Bernardes, venceu o pleito pela esmagadora contagem de 907 votos a 10 de seu opositor, Dr. Júlio Eduardo da Silva Araújo. Porém, por ter apoiado a República Velha, foi destituído por Getúlio Vargas após a Revolução de 30, menos de um ano após tomar posse. Sua história faz parte do tópico “O Negro nas Eleições”, que também fala de outros personagens como Nilo Peçanha, o primeiro Presidente da República negro.

Aliás, estes e outros causos também serão contados em três dias de teatro sobre vários personagens esquecidos, para um público majoritariamente de alunos da rede pública escolar municipal e algumas escolas particulares.

Ainda na exposição “O Indizível”, estão sendo abordados temas como “A Escravidão em Teresópolis” (e fica-se sabendo que o fundador da Vila de Santo Antônio do Paquequer, futura cidade de Teresópolis, George March, era um senhor de mais de 200 escravos); “Companhia Estrada de Ferro Teresópolis” e “Arthur Dalmasso”, contando brevemente a história do homem que dá nome à Casa da Memória e enfrentou um dos episódios mais obscuros de nossa cidade: o tráfico internacional de sangue, na virada dos anos 1960 para 1970.

A exposição é patrocinada pela Cultura Inglesa e uma realização da Prefeitura Municipal de Teresópolis, através de sua Secretaria de Cultura, e da Casa de Cultura Arthur Dalmasso.

Belos cenários desconhecidos de turistas e até moradores
Na noite de inauguração, outra boa atração foi uma palestra do professor, historiador e guia turístico Arthur Esteves sobre “Roteiros Alternativos do Município”. Além de falar com propriedade dos pontos turísticos tradicionais da cidade, Arthur, que é proprietário da Notur Travel, mostrou os vários roteiros que costuma visitar com seus turistas clientes em passeios e caminhadas. “Teresópolis tem mais coisas que a vista do Dedo de Deus, a Feirinha, a Fonte Judith, a CBF, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, que são, claro, bons lugares para curtir, visitar, conhecer”, explica ele.

Em seguida, o professor, historiador e guia exibiu imagens de seus roteiros alternativos e do que chama de “turismo cultural”, como visitas guiadas ao próprio prédio da Prefeitura. Outros atrativos são: o Castelo Montebello, na Rua Heitor de Moura Estêvão, que está aberto à visitação pública; Cervejaria Petrópolis, na Serra do Capim, que fabrica, entre outras, a cerveja Itaipava; a Micro Cervejaria Krieger; a Villa Sainkt Gallen e sua “beer tour”; o Mapa da Rota Cervejeira do Rio de Janeiro (Região Serrana); Turismo Rural; Haras Pelajo (em Albuquerque); Café Rural (no Sobrado Histórico Francisco Lippi); Vargem Grande (Expedição ao “Seio” da Mulher de Pedra); Poço da Cura (em Vieira/Calado); Serra dos Cavalos; Travessia Canoas – Cachoeiras de Macacu; Travessia Santa Rita – Vale do Cuiabá; e Travessia Mottas/Soledade – Água Quente.
“Esta é só a primeira iniciativa nossa. Pretendemos realizar palestras e também exposições de dois em dois meses, para criar uma rotina, uma programação fixa e formar público”, explicou o diretor da Casa da Memória, Rafael Correia, ao final da palestra, quando foi servido um café com bolo para todos.

O evento contou com a presença do Secretário Municipal de Cultura, Márcio de Paula; da Conselheira Estadual de Cultura, Nara Zeitune; e do Presidente da ACIT (Associação das Colônias de Imigrantes de Teresópolis), o francês Serge Victor Hours, entre outros.

Texto: Ney Reis/Secretaria de Cultura
Fotos: Eliana Resende/Secretaria de Cultura

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